Entrelinhas e Retróz

Ausências me incomodam Porque provocam na alma, saudades de quem não prometeu ficar  São hiatos entre falas São repostas no vazio Ausências só preenchem o coração com frio  Criam fantasmas e dúvidas  Onde a imaginação alcança  Machados de incertezas Rompendo alianças  Um noite sem lua Um dia sem sol Não tem frescor da chuva Não sou minha nem tua Não sou,  Apenas só  M'cal

 Existem momentos na vida em que você EVITA:  Evita ser um brinquedo Evita cair em joguinhos Evita ser seduzida  Evita acreditar  Evita sentimentos  Evita olhar nos olhos Evita se aproximar  Evita chorar Evita não se magoar  Evita cantar  Evita se preocupar  Evita ser evitada por insistir... Aí a gente se aceita TRANSPARENTE e segue... E segue em procura de quem nos enxergue, de quem nos queira por perto, de quem nos perceba  de quem não se envergonhe de quem não brinque com sentimentos ou os trate como última opção... É preciso é urgente não evitar mais ser feliz, porque o tempo é curto e logo logo ele se acaba... É a vida que segue nos matando lentamente, em seu rumo torto, por desfiladeiros onde os corações suicidas se afogam em rios de lágrimas... M'cal 

Como filha de Perséfone, Há em mim duas esferas: Em uma face, sou sombras Na outra Primaveras Sou dos campos e pradarias Donzela, mãe e anciã Nas florestas, fiz meu templo  Dos animais, sou irmã  Meu Hades de escuridão  Me desperta pros feridos  Mas não me pertence  O julgo dos abatidos Em minhas mãos  A vida renasce Em minha voz  Some a escuridão  Eu sou o auxílio dos feridos  Que me chamam com o coração  Meus encontros são de alma,  Não de pele ou beleza  Eu vejo o bruto, sujo e feio Tão belos por Natureza  Sacerdotisa Simplesmente Sem apego ao exterior  O que pro mundo é só semente, Eu já vejo como flor 🌼  M'cal

 Eu vejo você passar Por entre chuvas e desertos Te vejo me procurar  Por meios que  Te deixem perto Basta me vigiar Pra saber onde eu desperto  E antes de me deitar,  Meu pensamento é certo  Te cuido com meu olhar  Em protegidas entrelinhas  Te mostro o que é se entregar  Em ações pequenininhas  Descoberta e partidas  Encobertas despedidas  Em silêncios me declaro Te desperto algo tão raro  Alegria em ver você  Mesmo não podendo ser Pedacinhos de ilusões  Sentimentos e Paixões  M'cal

 Eu queria a boca No fim do fim do dia E queria o resto da companhia O cheiro de mato fresco O árido do campo Em lábios que me refresco Em fontes, onde te amo Sol e Lua em despertar Atmosfera de imaginar Brisa e nevoeiro no teu cercado São Braços que me tomam com cuidado Orvalho da manhã Pós chuva de verão serpente e maçã Dois corpos e um só coração... M'cal

 Hei Dama das Florestas, Por que tão quieta e retraída? Há neste inverno fúria reprimida? Não há canto dos teus pássaros Nem há flores em teus pastos  Dos rios um correr de lágrimas Da noite, uma lua cálida M'cal 

 Desmenti teus encantos. E me fiz forte e distante, Evitei teu olhar Me cativei no teu pranto O que eu mais negava  Entre cadeados e portões minha poesia revelava  Entre textos e canções Da tua caçada eu fugia Nas entrelinhas que você sussurrava Tão refém eu me via: Sua presa vigiada E das vezes que eu tentei fugir Teus tentáculos não me deixaram ir Quanto mais eu tentava parar Mais e mais, ia me apaixonar  E então, não mais lutei Aceitei e desejei Ser tua caça e tua presa Ser tua força e tua fraqueza  Ser amor somente amor Ser de ti, por onde for Sem que haja pagamento Para um nobre sentimento Ser amiga, em qualquer instância  Ser tesão, na tua distância  Ser um farol nos teus dias escuros Ser um porto, em teus pensamentos inseguros Ser a Mão pra te levantar Ser Asas te ensinando a voar... M'cal 

 Não existe bruxaria Ou nenhum encantamento  Pra escrever poesia  Basta ter sentimento A gente põe no papel  Aquilo que está sentindo  E aí no tempo certo  As palavras vão surgindo  Letra a letra Pouco a pouco  Sentir o coração do mundo  Faz do poeta um louco E se não achou a rima Basta só se declarar O Universo é um ímã Basta só anotar Rapidinha, como esta Ou profunda em um textão Poesia é a fresta  Pra ver dentro do meu coração  M'cal

 Essas chuvas  Que em tormentas Te pertubam o sorriso Armam temporais de raios  Que eu não mais preciso  Observo, não mais distante Os relâmpagos do teu véu E aguardo o inconstante clarear do teu céu   Me acostumei ao teu instante:  Nem sempre amargo,  Nem sempre mel  M'cal

 Me toca na madrugada  Úmida e desacordada Pra sentir o teu sentir Pra esperar o que está por vir Une com simplicidade  Em olhos, boca e emoção  Deixa pulsar, por inteiro  Deixa o olhar verdadeiro com sim de aprovação  Dentro e Ausente  Entre idas e vindas Entre o raso e o profundo  Esperando chegar teu presente  Pra inundar o meu mundo  E no raiar do dia Te encaixar e recolher, Depois de tanta agonia  Pra nos satisfazer... M'cal

 De onde venho,  Me chamam de Adamah  E assim sou reconhecida pelo caminho. Meu guardião, de longas  eras, é Mehiel, o poeta. "Mensagens ao vento  Respostas te dão  Pelo desconhecido a dentro Serei teu guardião" Sobrevivi a mais uma volta solar. Ufa! Mantive meus poderes guardados e fui humana, sofrendo, sentido, me decepcionando, confiando.  Vivendo essas experiência. Não usei minhas habilidades contra qualquer ser humano. Permiti que meus dons tocassem desconhecidos. E o estranho se tornou meu próximo. Energizei presentes e comidas, para que levassem curas para o corpo e mente. Promovi encontros, perdões, e recomeços..  E quando submetida a dor, não destruí meu corpo físico e nem o fiz com qualquer um que tenha me magoado. Lutei um bom combate. Permaneci firme. Sigo em busca da minha família, sei que já estão aqui... Num curto espaço tempo, os reencontrarei, pois todas as energias positivas se conectam... Sigo na busca, protegida e abençoada para mais uma volta solar que se